Tenho uma hérnia discal… E agora?


Por Ricardo Magalhãs, osteopata


De modo a perceber a relevância de um diagnóstico de “hérnia discal”, é importante enquadrar a sua prevalência e a sua relação com sintomas referidos pelo utente.

Segundo guidelines atuais, alterações degenerativas tais como, hérnias discais, desidratação discal, protusão discal, degeneração facetaria e discal, encontram-se presentes na grande maioria dos indivíduos assintomáticos.

Estudos recentes demonstram que as hérnias discais têm tendência a ser reabsorvidas na média de 66,66% dos casos. Tendo em conta estes dados, o tratamento conservador considera-se importante como primeira intervenção para a resolução de sintomas apresentados.

 

Cirurgia ou não, qual a melhor opção?

Quando comparados estes dois tipos de intervenção, evidenciou-se que num período de 2 a 5 anos não verificam diferenças relevantes na evolução do quadro clínico entre utentes que realizaram cirurgia e aqueles que não a efetuaram. O tratamento conservador (terapia manual e exercício direcionado) demonstra diminuição ou mesmo a total resolução dos sintomas teoricamente relacionados com a hérnia.

Sendo de extrema importância que cada utente seja submetido a uma avaliação individual e minuciosa a fim de se perceber a origem dos sintomas apresentados e proceder à intervenção mais assertiva às suas necessidades.

Não se conseguindo a evolução esperada com o tratamento conservador e na presença de sintomas persistentes e debilitantes, a opção cirúrgica deverá ser considerada.

 

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