A Lesão e os Seus Mandamentos


A entidade “lesão” foi construída de forma multidimensional, como a maior ameaça de um atleta. A perceção do conceito, a preponderância da incapacidade gerada e os medos ao regresso competitivo, elevam este mecanismo ao principal antagonista do modelo competitivo atual.
Vivemos numa era onde a expectativa na tecnologia faz promessas para que os limites fisiológicos sejam superados, para que o atleta nunca pare e de preferência renda sempre mais.
As construções do passado terão muito pouco valor acrescentado, se hoje o atleta não abrilhantar o espetáculo.
O nosso fisioterapeuta, Eduardo Merino, foi investigar um pouco sobre o tema, acrescentando alguns critérios relativos a estes 20 anos de trabalho que a Dr. Merino Clínica Médica apresenta.
→ Independentemente do momento, a lesão é sempre um indicador que algo não estava bem. Primeira coisa a efetuar: REFLEXÃO.
→ O contexto da lesão deverá desde o primeiro dia basear-se numa perspetiva evolutiva. Aproveitar a oportunidade para estudar, perceber e melhorar.
→ O objetivo principal do atleta não deverá ser recuperar para a forma que estava ( deu asneira), deverá ser recuperar para a melhor forma de sempre.
→ Desconstruir a relação entre a ideia de si si próprio (perceção do self) e a realidade. A verdade é sempre dura, mas a melhor base de trabalho do mundo.
→ Criar objetivos audazes que não dependam de outros agentes. ( velocidade, força, salto, dribles, truques e remates)
→ Valorizar as conquistas diárias.
→ Foco exclusivo na tarefa.
→ A competição será uma continuidade no processo de reabilitação e não um salto ou patamar descontínuo. O atleta deverá sentir uma rampa e não um degrau.
→ No momento de regresso o atleta deverá atingir o ponto máximo de equilíbrio entre o que ele é capaz, sente que é capaz e espera que é capaz. ( expectativa, consciência e matéria)
→ Nunca esquecer que um bom início de época pode ser contagiante, mas nunca serás esquecido pela maneira como a acabas.
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